Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 9 / 04 / 2019 - A358
Um
acidente foi registrado na tarde de hoje (7/4/19), na BR 277 km 491, no Rio
Guarani em Nova Laranjeiras. De acordo
com uma testemunha, o motorista de um caminhão perdeu o controle da direção e
caiu na canaleta, vindo a tombar, por volta das 15 horas. Cerca de 2 horas
depois, várias pessoas abriram o caminhão e saquearam toda a carga (jcorreiodopovo.com.br).
Esses saqueadores agiram com a maior naturalidade ao cometer um crime grave. E
essas mesmas pessoas fariam, também, com a maior naturalidade, o que fez o
ex-governador Sérgio Cabral. A corrupção é, acima de tudo, um fenômeno social.
O extremado grau de corrupção observado no poder público é um termômetro do
nível degradante do tecido social. Isso é claramente demonstrado aqui mesmo, no
ambiente doméstico. Ou seja, não é necessário buscar indicadores nórdicos para
esquadrinhar mapas comparativos.
O
Brasil é formado por vários Brasis. Basta cotejar a estrutura física do centro
de Manaus com o centro de Belém. Enquanto a região do Ver-o-Peso é totalmente
suja e deteriorada, a Avenida Eduardo Ribeiro parece um shopping a céu aberto;
e o mercado Adolpho Lisboa, uma luxuosa butique. Por aqui, qualquer
anormalidade perturbadora na região do comércio gera uma reação imediata da
Associação Comercial, que aciona as autoridades competentes para prestar
esclarecimentos. Enquanto isso, a Rua João Alfredo (Belém) se parece com
cenário de filme apocalíptico. A diferença entre essas duas realidades está no
povo. Enquanto um deles se incomoda, o outro acha tudo absolutamente normal.
O
pior de tudo é que todas essas perversões comportamentais são potencializadas
no ambiente político, onde a semente do mal cresce de modo vigoroso até se transformar
numa sequoia canadense. Na totalidade do universo do poder público fervilha o
pecado dos desvios de conduta, onde tudo é fomentado, incentivado e sublimado para
o estado de normalidade cultural. Todo esse processo de catálise é absorvido
pela população que incute no seu âmago as práticas execráveis do setor público.
E para entornar mais ainda esse caldo de abominações, os governos petistas
aparelharam as instituições com o ingrediente mais sombrio da doutrina
esquerdista, deformando assim a cabeça de milhões de pessoas já lá não muito honestas.
Dessa forma, uma parte significativa da população acha super normal a
infinidade de saques ao erário. Esses saqueios são acobertados por legitimações
normativas e arduamente protegidos pelo sistema judiciário, que os chama de
“direitos adquiridos”. Consagra-se assim a orgia da gastança.
Todo
santo dia; a toda hora e a todo minuto as notícias dos desmandos públicos
pipocam incessantemente nas redes sociais. E tudo acontece num ritmo alucinado,
como se o propósito dos agentes públicos fosse exatamente o de causar um torpor
na sociedade que financia a gastança com o suado dinheiro dos impostos.
Nos
tempos remotos, os publicanos eram implacáveis na cobrança de impostos e por
tal motivo era considerada a classe mais odiada pelo povo. Detalhe importante:
esses ditos publicanos não cobravam metade do que hoje exige a Sefaz/RFB. Hoje,
o brasileiro trabalha de 1 de janeiro a 2 de junho somente para pagar impostos.
Ou seja, o governo toma metade da riqueza da população para sustentar uma casta
de funcionários públicos que, em boa parte, é ineficiente e corrupta. Essa
ânsia delinquente é intensificada nos altos escalões da república.
O
papel da Sefaz e da Receita Federal é arrancar as tripas e o couro do
contribuinte para sustentar uma máquina inchada e voraz por dinheiro. Assim, o
Fisco nos obriga a pagar auxílio moradia, pensão de filhas de autoridades,
auxílio paletó, cota de combustível, passagens aéreas, jantares nababescos,
hotéis luxuosos, auxilio alimentação, auxílio mudança, despesas médicas, gastos
com fisioterapeutas, consultórios odontológicos, despesas com psicólogos,
gastos com seguranças particulares, despesas gráficas, cursos de mentirinha,
material de escritório, cota postal, consultorias, gastos com publicidade,
assinatura de TV/internet/revistas etc. Além de tudo isso, ainda tem
indenizações, licenças remuneradas e outros penduricalhos que dobra, triplica o
valor base da remuneração. E tudo isso é pago com o suor do seu rosto, caro
leitor. Você, leitor, é o financiador exclusivo de toda essa depravação. Você é
o caminhão tombado e os agentes públicos são os saqueadores. Tá bom pra você?
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