Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 20 / 9 / 2016
Tempos
atrás, uma grande empresa comercial localizada em Belém do Pará adquiriu um
moderno e sofisticado sistema de gestão empresarial (ERP) que prometia
revolucionar seus processos operacionais, contábeis etc. Na prática, a
operacionalização do projeto resultou numa sequência de atropelos que
convulsionou as rotinas dos funcionários e levou o diretor ao hospital, após
uma crise de estresse. Passada a tempestade, e, com os ânimos um pouco mais
arrefecidos, foi possível fazer uma análise aprofundada da situação, a qual
resultou numa pauta de reivindicações que foi posteriormente entregue ao
fornecedor do sistema ERP, localizado em Minas Gerais. Depois de fortes
pressões, a software house mineira enviou para Belém o seu melhor técnico para
evitar cancelamento de contrato ou algo mais sério. Como resultado, esse dito
técnico fez em três semanas o que seus colegas não conseguiram fazer em cinco
meses. Por conseguinte, o sistema funcionou a contento. Nesse caso, o motivo de
tanta confusão estava na alta qualificação do staff da empresa paraense, que
não aceitava de forma alguma um nível de resposta que ficasse abaixo dos seus
rígidos padrões de excelência.
Nesse
segundo caso, uma empresa comercial amazonense se viu embrulhada em sérios
problemas derivados da aquisição de um sistema de gestão empresarial, cujo enredo
é bem diferente da sua equivalente paraense. Por aqui, a coisa se enroscou
bastante. Motivo da confusão: os técnicos da software house não eram
suficientemente preparados para fazer a adequada implantação do sistema e
também não conseguiam determinar a causa dos inúmeros conflitos entre os
módulos do ERP. Por outro lado, o staff da contratante era incapaz de identificar
com precisão as necessidades de controle, nem também possuía conhecimento
suficiente para discutir erros e acertos do projeto. Dessa forma, expressivas
deficiências aconteceram em ambos os lados do contrato (era a cobra cega
lutando contra o sapo aleijado). Por isso, o imbróglio se intensificou, os
resultados se mostraram insatisfatórios e o clima de estresse dominou todos os
setores.
Num
terceiro caso de implantação de sistema ERP, a contratante era consciente da
deficiência dos seus processos operacionais e sabia que sua equipe não
resistiria a uma mudança radical. O que foi feito então? Primeiramente, o
diretor comprou um sistema bem simples e limitado, mas fácil de
operacionalizar. Ao mesmo tempo, investiu em estrutura, tecnologia e na
qualificação do seu pessoal. Após três anos de maturação, a nova cultura de
controle criou as condições necessárias para se apostar num robusto sistema
ERP. A mudança foi violenta, mas todos estavam preparados para os solavancos.
Tanto, que a implantação do projeto ocorreu sem traumas e de acordo com o
cronograma estabelecido no início dos trabalhos. Hoje, o ambiente profissional
da empresa é totalmente diferente da lojinha de dez anos atrás. E a base dessa
revolução está na qualificação da equipe de profissionais responsáveis pela fluidez
dos processos e pela segurança das informações.
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