Doutor Imposto
Publicado no Jornal Maskate dia 29/10/2015 - A016
O
ICMS é o mais perverso dos tributos porque penaliza o mais pobre. A nossa SEFAZ
não tem um pingo de piedade ao esmagar o minguado salário do trabalhador com
uma pesada carga tributária. Não fosse tanto imposto embutido nas mercadorias,
o cidadão poderia levar o dobro de coisas pra casa. O dinheiro dos impostos que
financia a ineficiência e a corrupção é tirado da mesa das famílias, que acabam
passando necessidade. Não fosse tanto imposto, as famílias poderiam ter uma
alimentação melhor e um padrão de vida superior. A parte mais cruel dessa
história é que o governo concede meio mundo de benefícios fiscais aos mais
ricos, que acabam pagando muito menos do que deveriam. Nos Estados Unidos a
coisa é toda ao contrário. Lá, o governo não cobra imposto da alimentação e de
alguns produtos básicos, justamente para poupar os menos favorecidos. Já o
rico, paga o imposto direitinho, sob pena de passar dois anos na prisão.
Pois
é.!! Não bastasse tudo isso, a SEFAZ resolveu aumentar mais ainda a pesada
carga do ICMS. E o fez de modo sorrateiro e despropositado, mesmo com o sucesso
arrecadatório da Nota Fiscal Amazonense. Os gaúchos fizeram o mesmo; aumentaram
a alíquota do ICMS, só que depois de uma grave crise financeira e social. O
Amazonas não reúne as condições precárias do Rio Grande do Sul e, portanto, não
haveria necessidade do abruto aumento da carga tributária estadual. O estado do
Ceará conseguiu um incremento espantoso na arrecadação de ICMS por meio do
aprimoramento da sua gestão fiscal. Ou seja, investiu em capacitação,
tecnologia e combate à sonegação. Mas não mexeu na alíquota em respeito ao povo
cearense.
Cansados
de tanto levar porrada, um grupo de empresários lotou a galeria da Assembleia
Legislativa no último dia 21 para protestar contra o aumento do ICMS. Um dos
oradores disse que vai repassar integralmente a nova carga tributária para o
preço das suas mercadorias e cobrar isso do consumidor. E que cada um dos
deputados que votou pelo aumento do ICMS, que se entenda com seu eleitor.
Da
turma toda da ALEAM, somente os parlamentares Luiz Castro, José Ricardo,
Augusto Ferraz e Alessandra Campêlo tiveram bom senso e lucidez suficiente para
votar contra o aumento do ICMS. Todo o resto da deputalhada votou contra o povo;
votou a favor da SEFAZ tirar mais ainda do pouco que resta na mesa das
famílias. Ao contrário do Ceará, o governo do Amazonas buscou o modo mais fácil
de aumentar a arrecadação, mas também a maneira mais perversa.
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