Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 3 / 12 / 2019 - A383
Diversas
pessoas aparentam nascer envoltas por uma aura de magia que carregam consigo
pra vida toda. Esses indivíduos costumam erguer impérios ou patrimônios
consideráveis quase que do nada e num período relativamente pequeno, em face da
multiplicidade de realizações. Certos casos são particularmente espantosos e
por isso mesmo chegam até a suscitar desconfianças ou maledicências. Tais
fenômenos empreendedores são acompanhados de outros eventos curiosos, que se
traduz na construção artificiosa da história original, sendo que, muitas vezes,
isso se dá de modo atabalhoado porque o sucessor tenta corrigir o “jeitão
errado” do pai trabalhar. Ou seja, o filho criado na base do danoninho com
nutella se reveste duma pretensa autoridade estratégica porque foi capacitado
nas melhores instituições de ensino. Mas o que é notório e recorrente são os diversos
relatos de fracassos retumbantes que cercam grandes nomes do mundo empresarial.
Tenebrosas dificuldades administrativas perseguem até mesmo o sucessor que
adotou desde criancinha o mesmo ritmo de trabalho do pai.
Os comentaristas de plantão podem dizer que o pioneiro construiu seu império numa conjuntura que não mais existe, e que tempos modernos exigem posturas modernas. Pode ser que isso seja verdade, uma vez que certos empreendimentos se expandem vigorosamente no comando da segunda geração de administradores. Isso acontece por meio de audaciosos projetos que objetivam reinventar o negócio via parcerias ou adoção de uma gestão altamente profissionalizada. Obviamente, que tudo deve ser conduzido com prudência e atenção aos indicadores de riscos patrimoniais (não dar um passo maior que a perna). É bom lembrar que o excesso de autoconfiança pode danificar estruturas que depois levam anos para serem reconstruídas. O ímpeto exacerbado do gestor costuma levar a organização para caminhos muito distantes do seu core business. Isso é mais perigoso quando tudo é muito personalizado e centralizado na cabeça duma só pessoa. A possível instabilidade pode então ser neutralizada quando o comandante geral investe fortemente nos profissionais-chave da empresa, de modo a se reproduzir as incumbências de um diretor. Sem esse suporte estratégico, o negócio por inteiro se fragiliza pela eventualidade de perdas de conhecimentos valiosos. Nesse contexto, o maior inimigo é a empáfia, que costuma cobrar o seu preço. Principalmente, quando o chefão prega o mantra de que ninguém é insubstituível. O pior de tudo é que a sensatez acaba se manifestando após o leite ser totalmente derramado.
Os comentaristas de plantão podem dizer que o pioneiro construiu seu império numa conjuntura que não mais existe, e que tempos modernos exigem posturas modernas. Pode ser que isso seja verdade, uma vez que certos empreendimentos se expandem vigorosamente no comando da segunda geração de administradores. Isso acontece por meio de audaciosos projetos que objetivam reinventar o negócio via parcerias ou adoção de uma gestão altamente profissionalizada. Obviamente, que tudo deve ser conduzido com prudência e atenção aos indicadores de riscos patrimoniais (não dar um passo maior que a perna). É bom lembrar que o excesso de autoconfiança pode danificar estruturas que depois levam anos para serem reconstruídas. O ímpeto exacerbado do gestor costuma levar a organização para caminhos muito distantes do seu core business. Isso é mais perigoso quando tudo é muito personalizado e centralizado na cabeça duma só pessoa. A possível instabilidade pode então ser neutralizada quando o comandante geral investe fortemente nos profissionais-chave da empresa, de modo a se reproduzir as incumbências de um diretor. Sem esse suporte estratégico, o negócio por inteiro se fragiliza pela eventualidade de perdas de conhecimentos valiosos. Nesse contexto, o maior inimigo é a empáfia, que costuma cobrar o seu preço. Principalmente, quando o chefão prega o mantra de que ninguém é insubstituível. O pior de tudo é que a sensatez acaba se manifestando após o leite ser totalmente derramado.
De
qualquer modo, é louvável a disposição de sucessores muito ricos que abraçam o
desafio de continuar o trabalho do pai em vez de optar por uma vida sem
correria e sem muito estresse. O pioneiro foi para a guerra de peito aberto
pela necessidade de sobrevivência, coisa que não é tão urgente na realidade do
sucessor. Daí, a razão para se reconhecer os predicados do soldado que luta por
opção.
Há
de se reconhecer que a nossa conjuntura atual é de fato mais desafiadora, uma
vez que práticas comuns no passado não se encaixam num ambiente de extremado
controle eletrônico das operações corporativas. O Fisco, por exemplo, conseguiu
montar um cerco eficiente de monitoramento nas cadeias de produção/distribuição.
Com isso, o famoso “jeitinho” ficou mais difícil até mesmo para gente poderosa.
Inclusive, há casos de reengenharias administrativas que nascem de grandes
traumas patrimoniais por inobservância de normatizações legais. Quer queira ou não,
a única opção sustentável reside nas definições de políticas e de práticas
administrativas capazes de assegurar a perenidade da organização. A capacitação
de todo o corpo operacional se torna necessária, incluindo o próprio dono, que
precisa adquirir habilidades complementares para assim dialogar com a sua
equipe de trabalho e com os agentes externos. Daí, que é muito comum observarmos
que grandes empresários possuem conhecimentos avançados de tributação,
contabilidade, finanças etc. A necessidade faz o sapo pular. Curta e siga
@doutorimposto
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