Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 17 / 10 / 2025 - OP012
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quinta-feira, 16 de outubro de 2025
O MAIS COMPLEXO DOS TRIBUTOS
Sou Contador e Professor do Ensino Superior. Sou apaixonado pela desconstrução das interpretações do mundo.
Esse blog é dedicado aos meus artigos publicados no Jornal do Commercio e na Revista Editor Fiscal.
sexta-feira, 10 de outubro de 2025
ALERTA AOS MERCADINHOS E SUPERMERCADOS
Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 10 / 10 / 2025 - OP011
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Sou Contador e Professor do Ensino Superior. Sou apaixonado pela desconstrução das interpretações do mundo.
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quinta-feira, 2 de outubro de 2025
GESTÃO DO CONHECIMENTO
Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 03 / 10 / 2025 - OP010
Artigos publicados
Para transformar dados em informações precisamos de ferramentas, mas para transformar informações em conhecimento precisamos de tempo. O conhecimento é um conjunto formado por experiências, valores, informação de contexto, criatividade aplicada e avaliação de novas experiências e informações. O conhecimento é indissociável das pessoas; não se pode arquivá-lo em meio impresso ou magnético. É o combustível propulsor das novas tecnologias e que, por isso mesmo, vem despertando as empresas para o seu gerenciamento como um recurso precioso.
Sou Contador e Professor do Ensino Superior. Sou apaixonado pela desconstrução das interpretações do mundo.
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segunda-feira, 29 de setembro de 2025
GUERRA DO ARCO-ÍRIS
Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 26 / 09 / 2025 - OP009
Artigos publicados
Era
uma vez três reinos que ficavam assentados em três grandes nuvens: o reino
vermelho, o reino amarelo e o reino azul. Os integrantes de uma localidade
podiam avistar ao longe os dois vizinhos, mas não dispunham de tecnologia que permitisse
o deslocamento de uma nação à outra. As pessoas estavam separadas por um
profundo abismo. Cada cidadão era obrigado a contemplar, valorizar e defender a
cor dominante do seu povo. No reino vermelho tudo era vermelho: as roupas, as joias,
as paredes, os tapetes etc. Afinal de contas, o vermelho era lindo. No reino
amarelo, da mesma forma. Os habitantes do reino azul eram ardorosamente
fanáticos pela cor safira. Quando alguém criava um novo tom de azul, logo se
transformava numa celebridade instantânea.
Numa
bela manhã de outono o cientista mais famoso do reino amarelo criou um revolucionário
equipamento de transporte aéreo. Então, logo em seguida ele resolveu fazer um
teste: viajou no protótipo até o reino vermelho. Chegando lá, encontrou uma
bela mulher de lábios saborosamente vermelhos que, obviamente, vestia um
magnífico vestido vermelho. Os dois se apaixonaram de imediato e começaram a
namorar. Uma denúncia anônima levou os agentes da lei a perseguir o casal até
que foram apanhados em flagrante. A mulher foi presa, mas o homem voltou para
casa levando consigo uma rosa vermelha que recebeu da sua amada. Na sequência
do regresso, o cientista apresentou sua criação às autoridades que de imediato
prepararam uma grande cerimônia para comemorar tão importante conquista. Eis
que ao receber a premiação o inventor exibiu a rosa vermelha para a plateia. O
gesto chocou a todos. Por conta de tamanha heresia o desventurado foi do céu ao
inferno em poucos minutos, sendo recolhido de pronto a uma penitenciária de
segurança máxima.
Com
a tecnologia de transporte dominada, um imenso contingente de soldados amarelos
partiu para a conquista do reino vermelho. Mal sabiam eles que o reino azul
estava fazendo a mesma coisa. Ou seja, o reino vermelho estava sendo
simultaneamente atacado pelos dois vizinhos. Cada grupamento desembarcou no
terreno inimigo armado até os dentes com pincéis e latas de tinta. O objetivo
era modificar a cor de tudo que fosse encontrado pela frente. Os bravos
soldados vermelhos resistiram heroicamente. Em meio a tantos jatos de tinta
aconteceu um fenômeno inusitado, que foi a explosão de belíssimas outras cores
desconhecidas dos presentes até então. Por isso, todos pararam e ficaram
encantados com o que viram. Os combatentes nunca poderiam imaginar que o
trabalho conjunto poderia resultar em possibilidades tão diversificadas. Ou
seja, em vez de passar a vida inteira presos numa vida monocromática, eles
agora poderiam interagir e trocar experiências para conferir mais alegria e
enriquecimento às suas atividades diárias. Desse dia em diante os reinos
passaram a ser multicoloridos.
Essa
história mostra como as pessoas tendem a se fechar em grupos herméticos. Nas
empresas, constroem os famosos setores estanque, onde proliferam rivalidades e
hostilidades entre colegas de trabalho. Até a comunicação entre indivíduos de
grupos rivais tende ser meramente protocolar e limitada, concorrendo assim para
o isolamento dos funcionários. Cada grupo faz um imenso esforço para ser mais
importante que o outro. Nessa disputa, diversas armas são utilizadas e cada
conquista é comemorada, gerando um clima de desavenças. A rivalidade mais comum
acontece entre o pessoal da administração e o da produção. Geralmente, os
funcionários da administração são os queridinhos da diretoria, enquanto que os
empregados da produção ficam meio que esquecidos em galpões imensos, quentes e
barulhentos.
A rivalidade entre setores só enfraquece a empresa, que, de alguma forma ou em algum momento acaba prejudicando a todos. A maioria desconhece as infinitas possibilidades de crescimento profissional e de melhoria do ambiente de trabalho caso resolvesse se comportar como um único grupo coeso. Curta e siga @doutorimposto. Outras centenas de artigos estão disponíveis no site www.next.cnt.br como também, informações sobre treinamentos online e presencial.
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EMPRESA VIGOROSA; FUNCIONÁRIO CAPACITADO
Tempos atrás, ministrei quatro noites de treinamento ICMS num grande grupo comercial manauara. O conteúdo programático foi adaptado para se ajustar às demandas dos setores financeiro e de compras, mas as equipes dos setores contábil e fiscal também se fizeram presentes. Na verdade, faz muitos anos que recebo alunos dessa empresa nas minhas turmas regulares, o que atesta a qualidade dos nossos serviços.
Pude observar no decorrer das aulas o ambiente sadio e colaborativo da empresa,
com alunos atentos e participativos. Outro fato curioso estava na disposição
das pessoas. Ministro aulas há muitos anos, em que, normalmente, os alunos
expressam um semblante fatigado depois de um dia inteiro de trabalho.
Inclusive, eu costumo esperar uma intensificação desse cansaço no final do
treinamento. Mas nessa empresa manauara, os alunos mantiveram uma surpreendente
energia até a conclusão dos trabalhos, com alegria, entusiasmo e vibrações
positivas.
O
ambiente de trabalho saudável interfere diretamente no desempenho positivo duma
empresa. Esse clima auspicioso é percebido pelo cliente, que também sente as
energias ruins dum espaço insalubre. Por exemplo, uma famosa livraria de Manaus
sempre me chamou a atenção, justamente, pelas expressões taciturnas dos
funcionários. Tempos depois, eu soube da infinidade de ações trabalhistas envolvendo
essa empresa.
Voltando
às políticas de capacitação profissional, as empresas mais fortes são aquelas
que estão sempre investindo na qualidade dos seus colaboradores. Isso mostra
que forças individuais bem trabalhadas se multiplicam num encadeamento
sinérgico altamente positivo, conferindo sustentabilidade aos diversos aspectos
do negócio.
Dentre
tantas variáveis para se trabalhar, uma merece atenção especial. Trata-se da
interpretação duma nota fiscal. Parece algo simplório, mas a nota fiscal é uma
verdadeira esfinge por guardar muitas codificações. Na verdade, a nota fiscal
“conversa” com seu interlocutor. E ao “falar”, transmite diversas informações
importantes.
A
pessoa que conhece a “linguagem” da nota fiscal decifra várias codificações no
momento em que escaneia os dados com o olhar. Essa pessoa combina UF de origem
com CST da tabela “A” para checar se a alíquota ICMS está correta. Também,
verifica se CST mais CFOP bate com a retenção de ICMS-ST. Ainda é possível
observar se o CST da tabela “B” está alinhado com alguma isenção ou redução de
base de cálculo etc. A divergência de valores envolvendo campos específicos é
capaz de indicar alguma particularidade fiscal. E as empresas da ZFM podem
saber se as desonerações tributárias foram aplicadas corretamente.
Quando
aqueles que manuseiam a nota fiscal dominam suas codificações, os riscos de
erros diminuem bastante na cadeia de informações. Em muitas empresas, os erros
são detectados no departamento fiscal após o prazo de cancelamento ou depois do
recebimento da mercadoria. Outro fato corriqueiro está nos acordos do setor de
compras com o fornecedor que posteriormente são modificados após emissão da
nota fiscal. Ou seja, surgem valores não previstos na negociação.
Mais um problema recorrente nos setores de
compra está na dificuldade para garantir benefícios tributários. Um bom
exemplo, são os implementos agrícolas ou máquinas industriais ou insumos
agropecuários ou alguns produtos hospitalares etc. Ocorre que, em muitas vezes,
briga-se por algo indevido ou então perde-se vantagens por não saber dialogar
com o fornecedor. Há casos ainda mais graves, como, por exemplo, o da empresa
manauara que aceitou uma indevida retenção de ICMS-ST com MVA ajustada
erroneamente, de 53,13% para 73,67%. Por consequência, ao invés de pagar R$
22.133,24 via notificação lançada em DTE, a empresa pagou na nota fiscal o
valor retido de R$ 30.120,63. Tanto prejuízo numa só nota fiscal revela o
péssimo nível de gestão fiscal e empresarial.
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IMPOSTO NÃO É CAPITAL DE GIRO
Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 12 / 09 / 2025 - OP007
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Em todas as
aulas de ICMS eu mostro um gráfico que separa receita dos tributos embutidos.
Digo então para os alunos que a empresa deve trabalhar com a parte que sobra. Mas
também comento que poucos trabalham dessa forma, já que a receita total é
utilizada para cobrir gastos abrangentes.
A composição
do preço resulta na soma do custo mais despesas mais lucro mais tributos
embutidos. Sendo assim, quem compra acaba pagando várias coisas. E quem vende,
recebe a sua parte e também aquilo que não é seu (tributos). Desse modo, a
empresa intermedeia uma taxação entre o fisco e o contribuinte de fato. Evento semelhante
ocorre nas retenções de imposto de renda que obviamente são repassadas à RFB.
As retenções de ICMS substituição tributária das operações internas têm prazo
curto para recolhimento. E nas operações interestaduais o recolhimento é no dia
da emissão da nota fiscal, se não houver inscrição de substituto na Sefaz do
destino. Inclusive, a apropriação indébita sujeita o responsável à ação
criminal (Art. 390 RICMS-AM). A lógica de tais retenções deveria alcançar ICMS,
PIS, Cofins embutidos no preço. Mas não é isso que acontece.
O motivo de
tanta confusão está no sistema de “cálculo por dentro”, que reside na fonte de
muitas distorções rocambolescas. A primeira delas resulta no crescimento
expressivo da carga tributária porque todos os elementos da formação de preço
são base uns dos outros. Em aula, mostro uma planilha com preço final de R$116
sem tributos embutidos. Noutra planilha com tributos embutidos o preço vai para
R$200. Por exemplo, ICMS calculado sobre R$116 resulta em R$23 (cálculo por
fora). O valor do mesmo ICMS calculado “por dentro” é de R$40. Portanto, fica
evidente um propósito nefasto de multiplicação do peso tributário. A classe
empresarial deve ficar atenta porque o fisco tenciona incluir CBS na base do
ICMS para compensar a extinção de PIS/Cofins já no ano de 2027. Com a
eliminação de PIS/Cofins na formação de preço, o ICMS será naturalmente
reduzido. E isso preocupa as administrações fazendárias.
Outra
característica do cálculo “por dentro” está na ocultação tributária aos olhos
do consumidor, que não enxerga uma coisa separada da outra. Isso é por demais
conveniente ao governo que taxa horrores sem mostrar as garras. O efeito
colateral desse mecanismo está na dificuldade de executar punições mais
severas. Ou seja, teoricamente, o imposto foi embutido no preço, mas, na
prática, meio mundo de gente não faz isso. Sendo assim, não tem como
criminalizar uma apropriação inexistente. Inclusive, todo empresário que faz a
“coisa certa”, vê seus preços subirem expressivamente porque o concorrente
ignora tributos na composição do preço.
A reforma
tributária elimina essa confusão dantesca, visto que não haverá tributos
embutidos na formação do preço. O que ainda não está claro, é como ficará a
etiqueta de preço. Ou seja, será juntado produto com imposto ou ficará somente
o produto, ou as duas coisas separadas? Já se sabe que na nota fiscal, produto
e imposto não serão misturados como acontece atualmente. Sendo o imposto
cobrado “por fora”, o vendedor receberá do cliente o valor do objeto vendido e
ainda aquilo que não lhe pertence, não havendo argumento sustentável para
ingressar o imposto no fluxo de caixa. Essa nova sistemática dará um poder
gigante ao fisco que enxergará cada centavo pago pelo consumidor. É bom lembrar
que imposto não é capital de giro.
Como a
tributação do consumo será “não cumulativa”, haverá um grande mecanismo para
controlar as movimentações de cada empresa, em que o crédito será validado após
efetiva verificação de recolhimento, conforme determinação do inciso II do
parágrafo 5 do artigo 156A da CF. Se tal regra funcionar plenamente, o fisco
não poderá dificultar a restituição de créditos, já que tal procedimento teria
um caráter de apropriação indébita. Ou seja, se a retenção tributária não
repassada ao fisco é roubo, roubo também é o crédito que o fisco criar
dificuldade para restituir. O problema é que o mecanismo “split payment” fará marcação
cerrada na questão dos créditos tributários, enquanto a LC214 criou espaço para
o fisco retardar tais restituições. Se o governo quer impor um ambiente de
seriedade e de respeito, ele também deve fazer a sua parte. É bom lembrar que
crédito acumulado não é receita do fisco; é dinheiro que foi arrecadado antes e
que não deveria ter sido.
Outra coisa inquietante está na tributação dos adiantamentos a fornecedores, como se a taxação incidisse sobre movimentação financeira. Ainda não se sabe o procedimento operacional, tipo, funcionamento das chaves de controle sobre tais operações. Isso vai complicar as industrializações por encomenda e possivelmente gerar contencioso fiscal. Curta e siga @doutorimposto. Outras centenas de artigos estão disponíveis no site www.next.cnt.br como também, informações do treinamento online sobre codificações da nota fiscal.
Sou Contador e Professor do Ensino Superior. Sou apaixonado pela desconstrução das interpretações do mundo.
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