Reginaldo de Oliveira
Publicado no Jornal do Commercio dia 21/10/2014 - A188
Sustentabilidade
é a habilidade de sustentar ou suportar um processo ou um sistema garantindo a
sua permanência. A sustentabilidade leva em conta, principalmente, três
aspectos: ambiental, social e econômico. Juntos, estes conceitos formam o tripé
da sustentabilidade (3M).
Tempos
atrás, numa reunião de empresários, alguém indagou: Como será o auditor fiscal
do futuro? Será uma pessoa de carne e osso ou será um sistema? Pois é. Já
estamos nesse “futuro”. Os processos eletrônicos de controle governamental atingiram
um nível de eficiência nunca antes imaginado, tendo como consequência imediata o
constante monitoramento das empresas por parte do Fisco. Parece que todo mundo se
tornou refém de uma entidade sobrenatural que permeia tudo quanto é processo
produtivo, comercial, administrativo etc. Infelizmente, alterações tão profundas
ocorridas num espaço de tempo relativamente curto não foram absorvidas nem
compreendidas por vários diretores e empresários que se mantêm alheios aos
ventos da mudança.
Não
bastasse tanta pressão advinda das convulsivas normas tributárias e
trabalhistas, outras variáveis contribuem sobremaneira para significativas
modificações no ambiente de negócios, tais como volatilidade dos mercados,
alterações no perfil do consumidor, questões ambientais, novas tecnologias etc.
Além disso, ainda é preciso administrar demandas internas, como valores,
cultura corporativa, disputas familiares, sucessão, gerenciamento do capital intelectual
etc. Esses e outros fatores impactam fortemente os processos produtivos e
comerciais, obrigando a empresa e se colocar num permanente estado de atenção. Daí,
a importância do Planejamento Empresarial e de tudo que é necessário para a sua
elaboração. E, obviamente, também é essencial fazer o acompanhamento de cada
etapa da sua execução.
Todo
esse rol de conceitos e alertas pode ser resumido numa só palavra:
SUSTENTABILIDADE. Os negócios precisam antes de tudo ser sustentáveis. Isso
significa estar pronto para atravessar zonas de turbulência e ao mesmo tempo
preparado para identificar novas oportunidades de crescimento. Portanto, só é
bem sucedido nessa empreitada aquele que construir uma administração dinâmica e
altamente profissionalizada, a qual deve ser subsidiada por uma estrutura de
controle interno eficiente. É nesse ponto que entra em cena a Contabilidade.
Não aquela quadradona e engessada pelas normas do Imposto de Renda. Mas sim, a
outra que foi mantida no esquecimento por muitas décadas e que depois da Lei
11.638/2007 começou a exercer o seu verdadeiro papel de fornecer informações
valiosas para a tomada de decisão. Decisão de comprar, de vender, de reduzir,
de aumentar, de avançar, de refrear etc. A Contabilidade é um instrumento tão expansivo
e tão capilarizado que é capaz de permear todos os processos operacionais de
uma empresa e depois transformá-los em estruturas organizadas de informações, dispondo
os dados por ordem de relevância definida pelos gestores. Resumindo, a
Contabilidade relata as ocorrências e ao mesmo tempo sugere alternativas de
ação. Sendo assim, ela não é somente um agente a serviço do passado. Essencial
e primordialmente, é uma bússola a orientar e um farol a iluminar caminhos.
Uma
realidade tão desafiadora passa a exigir habilidades excepcionais de
funcionários e dirigentes, os quais se veem obrigados a sincronizar suas
atitudes e percepções com o ambiente globalizado em que vivemos atualmente. E o
que se constata no dia a dia é que muitos não estão suficientemente preparados
para interagir com essas novas variáveis. Já, outros, estão bem atentos e por
isso mesmo ajustando suas velas aos ventos da mudança com novos aprendizados e
novas posturas. Afinal de contas, como diz a bela canção “Wind Of Change”, o
vento da mudança sopra diretamente na face do tempo.
Portanto,
senhores empreendedores, o momento é de rever as estruturas de controle interno
e o papel da Contabilidade no planejamento estratégico do negócio. Ou seja, é
preciso aferir o grau de sustentabilidade das operações e ao mesmo tempo
desenhar um mapa de risco que identifique claramente os pontos de
vulnerabilidade. O fator surpresa não pode ser uma constante nos acontecimentos
rotineiros.
#SUSTENTABILIDADE
#CONTABILIDADE
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