Um
estudo publicado na Folha de São Paulo traz uma série de dados desanimadores
sobre o impacto negativo da baixa qualificação profissional na economia do
país. São necessários quatro brasileiros trabalhando intensamente para atingir
o mesmo nível de produtividade de um norte americano. Esse estado de coisas
evidencia um quadro preocupante duma nação ansiosa por ingressar no clube das
grandes potências. Segundo a reportagem, nossa média de estudo é de sete anos
enquanto que nos EUA são de 12 a 13 anos. Isso, sem considerar a expressiva
diferença da qualidade do ensino; as pessoas pagam o boleto da faculdade não
para aprender e sim para obter o diploma. Não bastassem tantos desatinos, ostentamos
um dos mais baixos níveis de investimento em pesquisa e desenvolvimento
tecnológico do planeta; as universidades estão sucateadas e abarrotadas de
empecilhos que dificultam as atividades mais elementares. Outro fator destoante
está relacionado à média de treinamento anual que recebe um trabalhador
americano (140 horas) de um brasileiro (30 horas). Os problemas se acumulam,
uma vez que outras variáveis ruins contribuem para baixar os nossos índices de
desenvolvimento humano a níveis vergonhosos, tais quais: juros altos,
burocracia extremada, carga tributária extorsiva, corrupção sistêmica etc.,
etc.
Tantas
dificuldades só isolam o Brasil da comunidade internacional. Enquanto corremos
atrás do próprio rabo nos engalfinhando com joguetes políticos, o resto do
mundo se apressa na correção de entraves econômicos e sociais para angariar
vantagens competitivas. Sofremos de um mal incurável, que é o apego a
discussões infinitas que levam a lugar nenhum. Nossos políticos não decidem
nada; juízes colam os glúteos em processos importantíssimos sobre os rumos do
sistema político; corruptos debocham do povo na maior cara de pau etc. Com
tantas engrenagens desalinhadas queremos mesmo assim arrotar a empáfia de
termos feito a melhor copa da FIFA, a qual nos deixou uma conta gigantesca
enquanto bilhões de reais viajaram diretamente para o bolso dos cartolas
internacionais. Tantas atrapalhadas só serviram para mostrar ao mundo o quanto
somos amadores no gerenciamento e no cuidado da coisa pública. No final das
contas, a festa acabou; os convidados voltaram felizes para suas casas, mas os elefantes
brancos ficaram por aqui na forma de monumento ao desperdício dos impostos.
Voltando
às vacas magras da capacitação profissional, segundo a Folha, o baixo nível
profissional no Brasil é destacado pelo Pesquisador Fernando Veloso, da
FGV/Ibre, como um dos mais graves problemas para uma economia que precisa
crescer e aumentar o padrão de vida da população. Daí, que, pelo menos nesse
quesito, temos o poder de fazer a diferença. A palavra de ordem é Capacitação
Profissional intensiva. Toda empresa deveria incorporar o espírito do aclamado
escritor Peter Senge e das suas proposições sobre Organizações do Aprendizado.
Ou seja, já que o sistema educacional regular não cumpriu com o seu papel, só
resta então ao empresariado terminar a construção desse profissional
incompleto. O jeito é investir pesado num programa constante e abrangente de
Treinamentos, Palestras, Oficinas, Jogos Educativos etc. Alguns céticos podem
até achar que é um erro despender tanto dinheiro nesses projetos, mas aqueles
dirigentes antenados estão encontrando nessas iniciativas a saída para a crise
financeira. O raciocínio é muito simples: um empregado bem qualificado produz
mais e com melhor qualidade. Ponto final.
Portanto,
o departamento ou sala de treinamento deve ser tão importante quanto o
departamento comercial. Ou seja, toda empresa deveria dispor de uma sala de
aula para ser utilizada com frequência. Mesmo porque, qualquer evento educativo
deixa marcas no aluno, fomentando sua disposição para construir uma sinergia
com seus pares.
No
jogo dos negócios ganha o mais bem preparado.
Pensamento
estratégico, visão sistêmica, atitudes firmes e domínio das próprias
competências podem forçar as demais mudanças conjunturais que dependem dos
agentes externos. É preciso começar com o primeiro passo. Curta Doutor imposto
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