Doutor Imposto
Publicado no Jornal Maskate dia 21/01/2016 - A025
Administrar
com a força dos fatos. Esse é o traço mais ostensivo do pai do management,
senhor Peter Drucker, que aprimorou suas teorias administrativas observando o
trabalho do genial e revolucionário comandante da General Motors, senhor Alfred
Sloan. A revolução organizacional da produção em larga escala se fez necessária
para que as empresas não fossem esmagadas pelo próprio gigantismo. E tudo isso
aconteceu na primeira metade do século passado.
Pois
é. Tanto tempo se passou e mesmo assim meio mundo de ilustres empresários
prefere tocar seus negócios com base em suposições extraídas de dados
fragmentados. Outros apostam na confiança cega depositada no seu staff. Porém, informação
confiável que é bom, nada. Trabalhar dessa forma é dar chance para o azar. A
depender do porte, algumas estruturas organizacionais podem simplesmente
implodir se não forem adequadamente gerenciadas. Antes de isso acontecer, os
mais cautelosos entregam os pontos e os negócios para conglomerados estrangeiros.
As
técnicas próprias da ciência contábil reúnem funcionalidades excepcionais
quando adequadamente utilizadas. Infelizmente, e com raras exceções, a
realidade dos ambientes corporativos mostra uma completa miopia em relação ao real
propósito do trabalho do contador. Isto é, o diretor se mantém conectado com
todas as áreas, menos com o departamento contábil. Em outras palavras, além de
não se utilizar do potencial informativo da ferramenta ele ignora os riscos do
trabalho mal feito – ainda mais nesses dias de agigantamento da máquina de
controle fiscal.
O
departamento contábil é justamente o alvo prioritário do administrador. É lá
que está o espelho de todos os processos que impactam o patrimônio de uma forma
ou de outra. Daí, a importância de conferir a saúde do negócio pela ótica
contábil. Nesse caso, o grande problema está no desvirtuamento da
contabilidade, que no final das contas se transformou numa inútil imposição
burocrática do governo. Por vezes, tudo é tratado com desprezo (pelo empresário
e pelo próprio contador). Ausência de escrituração contábil ou registros mal
feitos podem resultar em gravíssimos imbróglios legais. Mesmo assim, perdura a
falta de interesse no assunto.
A
sintonia entre administrador e contador deve ser afinada. Claro, óbvio, que
fazer esse tipo de exercício requer adaptações na linguagem e no relacionamento
das partes. O ideal é que se possa contar com o suporte do auditor para
garantir tranquilidade em relação à regularidade dos processos e cumprimento de
normas legais. Também, a contabilidade é o núcleo do controle interno por
reunir instrumentos necessários à garantia da integridade patrimonial. Ou seja,
um bom sistema contábil é capaz de detectar fraudes ainda no seu nascedouro (um
bom sistema aliado a uma boa equipe de profissionais).
O
sucesso ou o fracasso do empreendimento depende de boas e acertadas decisões. O
gosto doce ou amargo será provado pelo administrador. A boa contabilidade pode
ajudar muito. Ou arruinar tudo, se for mal feita.
Muito bom. parabéns!
ResponderExcluirBoa noite.
ExcluirA versão republicada ontem está melhor
Grato pela atenção,